Apesar da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prever o fim dos lixões nas cidades brasileiras para 2024, muitos municípios ainda têm o que fazer para solucionar o problema e destinar adequadamente o que é popularmente chamado de lixo.

A Lei 12.305/10, que instituiu a PNRS, previa a eliminação desses espaços em 2014, meta que não foi alcançada pela maior parte dos municípios brasileiros.

Posteriormente, o Marco Legal do Saneamento Básico, de 2020, prorrogou o prazo para as capitais e regiões metropolitanas para 2021. Já os municípios com menos de 50 mil moradores teriam até 2024 para eliminar os depósitos de lixo ao ar livre.

Fato é que pela legislação, em agosto de 2024, os lixões devem ser encerrados e a administração pública de cada município precisa fazer o gerenciamento de seus resíduos e informar as novas soluções para o devido descarte dos mesmos.

Mesmo proibidos, o lixão continua sendo uma solução barata e altamente prejudicial para o ambiente e sociedade.

Continue a leitura e confira os problemas causados pelos descartes indevidos de resíduos diretamente no solo.

Qual a diferença entre aterros sanitários e lixões?

De forma geral, ainda é comum boa parte da população pensar que os aterros sanitários e lixões são sinônimos, ou seja, tratam-se de um mesmo local para o descarte de resíduos, o que não é verdade, pois ambos são espaços com estruturas completamente diferentes um do outro.

Aterro sanitário é uma estrutura complexa e devidamente planejada, tanto na sua construção como no seu funcionamento, visando diminuir sobretudo a contaminação do solo, água e ar.

Geralmente, são construídos longe dos centros urbanos e em meio de áreas verdes. São também projetados para garantir que todos os resíduos nele descartados não agridam o meio ambiente.

Como funciona o aterro sanitário? Toda a área é tecnicamente preparada para receber o lixo orgânico das cidades. 

O solo, por exemplo, recebe uma espécie de impermeabilização para evitar a contaminação. No local também existe a captação do chorume e de gases formados a partir da decomposição do lixo.

Ao ser despejado no solo, os materiais são compactados e posteriormente recebem uma camada de terra, evitando mau cheiro, insetos e animais no local.

Lixões são os conhecidos depósitos ao ar livre destinados ao descarte do lixo. Para a sua instalação, o local não recebe qualquer tipo de preparo e nem oferece cuidados com o meio ambiente e com as pessoas. 

Além disso, não existe nenhum controle dos resíduos que nele são descartados e os perigos que eles podem causar.

Impactos e danos causados pelos lixões

Por serem depósitos que não oferecem qualquer tipo de cuidado e controle com relação ao material depositado, os lixões causam os seguintes impactos: 

Problemas ambientais

O descarte de lixos em céu aberto, como já vimos, acaba contaminando o:

• solo,
• águas subterrâneas,
• fontes de água.

Além disso, são grandes agentes de poluição do ar, principalmente na emissão de gases do efeito estufa, causando sérios problemas ao meio ambiente e impactos diretos à saúde das pessoas.

Problemas sociais

Infelizmente, muitas pessoas acabam se deslocando para os lixões na busca de resíduos sólidos que possam ser vendidos nas cooperativas de reciclagem ou os próprios animais procurando alimentos.

Esses locais se tornam ambientes de grande participação na proliferação de pragas e vetores de endemias, colocando em risco a saúde das pessoas. 

Como não existe controle dos materiais despejados, também há o risco de contaminação por produtos tóxicos e ferimentos por itens cortantes.

Também é comum a queima desses materiais, ato que libera o metano, uma substância altamente prejudicial podendo causar asfixia, parada cardíaca e até mesmo danos no sistema nervoso, caso a pessoa inale.

Soluções possíveis

A solução para esse problema está diretamente relacionado aos investimentos que os municípios precisam realizar para transformar esses ambientes em aterros sanitários.

Além disso, tornam-se imprescindíveis os investimentos empresariais em logística reversa, possibilitando os processos de reciclagem, além da conscientização da sociedade com relação à separação dos resíduos que podem ser reaproveitados.

Como se observa, é perfeitamente possível reverter esse quadro, eliminando definitivamente os lixões e possibilitando um destino adequado aos resíduos gerados, tanto nos domicílios como nas empresas, no entanto, é preciso que ações efetivas sejam tomadas pela esfera governamental, empresarial e pela população

Para entender um pouco mais sobre o reaproveitamento dos resíduos, a solução adequada para a reversão do quadro atual, vale ler nosso texto que apresenta alguns mitos da reciclagem!