O que é co-processamento de resíduos?
Você já parou para pensar na quantidade de pneus que são jogados fora diariamente em todo o planeta?
Segundo um artigo publicado pelo SEST SENAT, só no Brasil são descartados anualmente perto de 450 mil toneladas de pneus.
Isso equivale a 90 milhões de pneus utilizados em carros de passeio.
O número é assustador, uma vez que o pneu demora 600 anos para se decompor na natureza.
O que fazer com tanto pneu? É uma pergunta que já causou muita dor de cabeça às autoridades governamentais, mas que acabou com algumas alternativas interessantes.
A solução mais utilizada hoje é o co-processamento que, além de resolver o problema dos pneus, contribui para a reutilização de diversos outros materiais.
Nesse post vamos apresentar esse conceito, uma maneira de aproveitar o lixo sólido gerado pela sociedade e transformá-lo em combustível de indústrias. Continue lendo e confira!
O que é co-processamento?
Co-processamento é uma das formas inteligentes de transformar resíduos sólidos que iriam para o meio ambiente em combustível de baixo custo para alguns tipos de indústria.
Esses resíduos são utilizados nos fornos que servem para a fabricação de cimento em nosso país.
São muitas as vantagens do co-processamento:
- Proporciona um custo menor de produção às fábricas de cimento;
- Oferece um destino seguro a produtos perigosos;
- Não existem passivos ambientais;
- Com a queima dos resíduos gera-se energia térmica;
- Diminui os particulados lançados na atmosfera;
- Colabora para a geração de riquezas.
Mas, nem tudo é tão simples assim, uma vez que a utilização desses resíduos pode ser prejudicial à saúde dos trabalhadores.
Por conta disso, a utilização de EPIs (equipamentos de proteção individual) é indispensável aqueles que atuam nessa área.
Mesmo com a diminuição de particulados, ainda assim os trabalhadores que convivem com a queima dos fornos acabam sendo vítimas de possíveis problemas se não forem tomados os devidos cuidados com equipamentos apropriados.
Isso ocorre em função da emissão de partículas poluentes de metais pesados que podem causar danos à saúde dos envolvidos no processo.
O co-processamento no Brasil
O Brasil utiliza o co-processamento nas grandes indústrias de cimentos para alimentar seus fornos na fabricação dos seus materiais.
O pneu é o combustível preferido que, além de não parar em aterros sanitários, lixões e serem jogados pelas ruas do país, ainda se transforma em lucro.
Mesmo que as indústrias de cimento comprem esse resíduo, o custo no co-processamento é muito inferior ao que seria gasto nos processos normais de queima.
As vantagens vão além, pois, é dado um destino inteligente e economicamente viável a um material de pouco uso na sociedade depois de retirado de circulação.
Vale ainda lembrar que não existem resíduos no processo, pois, as possíveis sobras são integradas ao próprio cimento ou outro subproduto gerado.
Quais resíduos são indicados para o processo?
Além do pneu, alguns resíduos podem ser co-processados nos fornos das fábricas de cimento, como:
- Lodos de estações de tratamento de esgoto;
- Graxas;
- Madeiras contaminadas;
- Resíduos siderúrgicos;
- Solos contaminados;
- Óleos usados;
- Restos vegetais;
- Resinas;
- Serragens;
- Colas;
- Tintas;
- Plástico.
Com o co-processamento é resolvido grande parte do problema do destino dos pneus, através de um modelo viável e que movimenta negócios, gerando empregos e oportunidades.
Com o desenvolvimento da tecnologia e a conscientização da sociedade a respeito da sustentabilidade do planeta, muito ainda será desenvolvido e melhorado nesse processo.
Mas, sem dúvida alguma, o que já está sendo realizado, alivia a economia, dá um destino condizente aos resíduos sólidos e atende às necessidades do meio ambiente.
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